

(Lc 18,32) – O Filho do homem será entregue aos gentios, escarnecerão dele, e será ultrajado e cuspido; e depois de açoitá-lo, matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará.


Devemos reconhecer no gesto de quem dá a vida por nós a expressão extrema de um amor louco pela humanidade. Devemos manifestar a nossa fé e nossa gratidão e, não encontraremos lugar mais privilegiado para contemplar a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus do que junto de Sua Mãe. Ela nos ensinará a crescer no amor por Jesus.







Jesus depois de dar-se a si próprio, dá-nos agora o que mais ama na terra, o que lhe resta de precioso. Ele nos dá Maria como nossa Mãe.
“Apagam-se as luminárias do céu, e a terra fica sumida em trevas”. São perto das três, quando Jesus exclama:

“Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura diz”:
“_Tenho Sede (Jo 19,28)
“Os soldados embebem em vinagre uma esponja e, pondo-a numa haste de hissopo, aproximam-na da sua boca”. Jesus sorve o vinagre e exclama:
“_Tudo está consumado” (Jo 19,30)
“Rasga-se o véu do templo e a terra treme, quando o Senhor clama em voz forte”:
“_Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito”. (Lc 23,46)
E expira.”

A tarde de sexta-feira avançava e era necessário retirar os corpos. Não podiam ficar ali no sábado; deviam estar enterrados antes de que brilhasse a primeira estrela no firmamento.
Pilatos encarregou alguns soldados de quebrarem as pernas dos ladrões a fim de que morressem mais rapidamente. Quando chegaram a Jesus e viram que já estava morto, “um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19, 33).

Maria compreende e sofre, como Corredentora. Seu Filho já não pode sentir o golpe da lança, mas Ela pode. E desse modo cumpre-se até o fim a profecia de Simeão : “Uma espada trespassará a tua alma (LC 2,35)
Não devemos esquecer nem por um só dia que Jesus está nos nossos sacrários, vivo! Mas tão indefeso como na Cruz ou como depois no sepulcro.
O corpo de Jesus jaz no sepulcro. O mundo foi envolvido pelas trevas. Maria é a única luz acesa sobre a terra.

“Agora tudo passou”. Conclui-se a obra de nossa Redenção. Já somos filhos de Deus, porque Jesus morreu por nós e a sua morte nos resgatou.
“Empti enim estis pretio magno! (1 Cor 6,20), tu e eu fomos comprados por um grande preço.”
Não sabemos onde estavam os Apóstolos naquela tarde, enquanto sepultavam o corpo do Senhor. Deviam andar perdidos, desorientados e confusos, sem rumo fixo, cheios de tristeza.

“O Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia. A Ele glória e o poder pelos séculos dos séculos.” (Cfr. Lc 24.34)
A Virgem Maria, que esteve acompanhada pelas santas mulheres nas horas terríveis da crucificação do seu Filho, não as acompanhou na preciosa tentativa de acabar de embalsamar o corpo morto de Jesus. Pois a Virgem Santíssima sabe que Ele ressuscitará. Uma tradição antiqüíssima da Igreja diz –nos que Jesus apareceu em primeiro lugar e a sós à sua Mãe. Toda a esperança na Ressurreição de Jesus que restava sobre a terra tinha-se refugiado no coração da Nossa Senhora.

“Alegrai-vos”. A liturgia do tempo pascal repete-nos em mil textos diferentes essas mesmas palavras.
A origem da alegria profunda do cristão está no amor a Deus, que é nosso Pai, e no amor aos outros, com o conseqüente esquecimento próprio. Façamos o propósito de viver este tempo pascal muito unidos à Imaculada.
Fonte: Falar com Deus.
Francisco Fernãndez Carvajal.
Editora Quadrante.
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