
Nasceu provavelmente em Betsaida, tal como outros dois irmãos, Simão e André, também pescadores. Eram discípulos de São João Batista, o Precursor. Deste haviam recebido o batismo, zelosos que eram preparando-se para a vinda do Messias prometido.
Certa vez, estava João Batista com dois de seus discípulos, quando passou Jesus a alguma distância. O Batista exclama: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, o irmão de Simão Pedro era um dos dois que ouviram as palavras de João Batista e seguiram Jesus. Identificou-se como sendo o segundo discípulo o apóstolo João, pois a expressão “Eis o cordeiro de Deus” ficou tão gravada no coração do jovem João, que ele mesmo se referiria mais tarde a Cristo como “O Cordeiro” (Jo, 1, 35 a 40).
Algumas semanas depois estavam Simão e André lançando as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: "Vinde em meu seguimento e eu vos farei pescadores de homens". Mais adiante estavam Tiago e João numa barca, consertando as redes. "E chamou-os logo. E eles deixaram na barca seu pai Zebedeu, com os empregados, e o seguiram" (Mc 1, 16 a 20).

Desde logo, Pedro, Tiago e João Tornaram-se os "escolhidos dentre os escolhidos". E, como tais, participaram de alguns dos mais notáveis episódios na vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração no Tabor e a agonia no Horto das Oliveiras.
São João foi também um dos quatro que estavam presentes quando Jesus revelou os sinais da ruína de Jerusalém e do fim do mundo. Mais tarde, com São Pedro, a quem o unia respeitosa e profunda amizade, foi encarregado de preparar a Última Ceia (Lc 22,8).
Uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o Apóstolo, permitindo-lhe a familiaridade de recostar-se em seu coração.
São João teve porém um momento de temor, foi quando os inimigos prenderam Jesus, “Então todos o abandonaram e fugiram” (Mc 14,50). Era o momento em que Nosso Senhor mais precisava de apoio!
“Simão Pedro e mais outro discípulo seguiram Jesus até o pátio da casa do sumo sacerdote” (Jo 18,15). Com o coração angustiado João aguarda lá a sentença que a de cair sobre seu amado Mestre. A ele coube o dever amargo de comunicar a Maria Santíssima o que se passava com seu Filho. Acompanhou-a então no caminho do Calvário e com Ela permaneceu ao pé da cruz. Era o sinal evidente de seu arrependimento.
Foi então que, recebendo-a como Mãe, obteve o maior legado que criatura humana jamais podia receber. Quando Jesus viu a sua mãe e, perto dela, o discípulo que amava, disse a sua mãe: “Mulher eis ai o teu filho!”. Depois disse ao discípulo: “Eis ai a tua mãe!” (Jo 19 26,27). João apóstolo representava naquele momento todos os fiéis. E que, por meio dele, Maria nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o primeiro em tal adoção. Foi ele também o único dos apóstolos a presenciar e a sofrer o drama do Gólgota.
Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena veio dizer aos apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de Tiberíades, aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a reconhecê-Lo.
São Paulo, em uma de suas viagens a Jerusalém, narra em sua Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou "Tiago, Cleofas e João, que são considerados as colunas, e que eles, reconhecendo a graça que me foi dada para pregar o Evangelho aos gentios, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de comunhão".

Depois disso os Evangelhos se calam a respeito de São João. Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria Santíssima durante o que restou de sua vida mortal, dedicando-se também à pregação.
O Imperador Domiciano o fez prender e levar a Roma, sendo flagelado e colocado num caldeirão de azeite fervendo. Mas o apóstolo saiu dele ileso sem sofrer dano algum. Domiciano, espantado com o grande milagre, não ousou atentar uma segunda vez contra ele, mas o exilou na ilha de Patmos, que era pouco mais do que um rochedo. Foi ali, segundo a tradição, que São João escreveu o mais profético dos livros das Sagradas Escrituras, o Apocalipse.
Após a morte de Domiciano, o Apóstolo voltou a Éfeso. É lá que, segundo vários Padres e Doutores da Igreja, para combater as doutrinas nascentes que negavam a natureza divina de Cristo, escreveu ele seu Evangelho. Ordenou antes a todos os fiéis um jejum que ele mesmo observou rigorosamente, para em seguida ditar a seu discípulo Prócoro, no alto de uma montanha, o monumento que é seu Evangelho. Transportado em Deus, com um vôo de águia, ele o começa de uma altura sublime: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus".
Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava teria morrido em Éfeso, provavelmente em 27 de dezembro do ano 101 ou 102.
Nenhum comentário:
Postar um comentário