
Naquele tempo vivia o grande Patriarca de Assis, São Francisco. A este ela se dirigiu comunicando-lhe o grande desejo que tinha de abandonar o mundo, fazer o voto de castidade e levar uma vida da mais perfeita pobreza. São Francisco reconheceu em Clara uma eleita de Deus e animou-a a persistir nas piedosas aspirações.
O procedimento de Clara provocou protestos dos pais e de seus parentes. Clara tinha uma irmã mais moça, de nome Inês. Animada por Clara poucos dias depois, abandonou também a casa e entrou para o convento.
Clara instalou-se no Oratório de São Damião, juntamente com a irmã e outras companheiras, era o início das Clarissas. Procuravam em tudo viver o ideal franciscano. Sob a direção de Clara, formaram estas a primeira comunidade que, desenvolvendo-se cada vez mais, tomou a forma de uma nova Ordem religiosa. Esta Ordem, de origem tão humilde, tornou-se celebre na Igreja Católica, onde surgiram muitas santas e muito trabalhou e se trabalha pelo engrandecimento do reino de Cristo sobre a terra.
Seu maior prazer era servir aos enfermos. Uma das virtudes que se lhe observava, era o grande amor ao Santíssimo Sacramento. Horas inteiras do dia e da noite, passava nos degraus do altar. O Santíssimo Sacramento era seu refúgio, em todos os perigos e dificuldades.
Aconteceu que a cidade de Assis fosse assediada pelos sarracenos que, a serviço do Imperador Frederico II, inquietavam a Itália. Os guerreiros tinham já galgado o muro, justamente onde estava o convento das clarissas. Tendo notícia da invasão dos bárbaros no convento, Clara dirigiu-se ao altar do Santíssimo Sacramento, tomou nas mãos a Sagrada Hóstia e assim, munida de Nosso Senhor, dirigiu-lhe o seguinte apelo em voz alta: “Quereis, Senhor, entregar aos infiéis estas vossas servas indefesas que nutris com Vosso amor? Vinde em socorro de vossas servas, pois não as posso proteger.” Ditas estas palavras, ouviu-se distintamente uma voz dizer: “Serei vossa proteção hoje e sempre”.
Dos sarracenos apoderou-se um pânico inexplicável; grande parte deles fugiu às pressas; alguns, que estavam escalando o muro, caíram para trás. Foi visivelmente a devoção de Santa Clara ao Santíssimo Sacramento, que salvara o convento e a cidade, do assalto do inimigo.
Santa Clara morreu em 11 de agosto de 1253 Foi em atenção aos grandes e numerosos milagres que se lhe observaram no túmulo, que o Papa Alexandre IX, dois anos depois, a canonizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário